terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sérgio Vaz


Sérgio Vaz, poeta marginal, monstro !!!



Poema: Um Sonho



Ontem eu sonhei teu sonho.

Sonhei que os soldados,

cantando e dançando,

libertando-se de todo mal,

surgiam de todos os lugares

para velar o funeral de todo arsenal

das ogivas nucleares.

No sonho,os homens não eram escravos

nem de si, nem dos outros,

tampouco das cores,

pois o dinheiro


havia sido morto no combate com o amor.

As crianças,cravo e canela,

dançavam com as flores,

como não tinham fome

caçavam estrelas e quando cansadas

tornavam-se nelas !

Sonhei que as mulheres e os homens

não tinham coisas, mas sentimentos,

e em sinal de alegria,

plantavam suas orações
não de mãos espalmadas,

mas com braços dados

com o milagre do dia.

E Deus – todo pequeno gesto de amor –

não freqüentava igrejas,livros ou estátuas,

apenas corações ...

Ontem,sonhei o teu sonho

sem saber que também era o meu

2 comentários:

  1. Palco

    Seguem os meninos
    Deslizando na avenida.
    Vendem dropes na caixinha de papel,
    Tentando um papel
    No palco desta vida.
    Em cada esquina,
    Uma platéia diferente
    Bate palmas e não sente
    Que este ato não termina.
    No asfalto,
    Cenas fortes
    No frágil nu do corpo.
    Vestem lágrimas
    Maquiadas de sorrisos
    Que desbotam na luz fria da noite:
    Bastidores da verdade.
    Seguem os meninos
    No palco da vida,
    Representando o verdadeiro
    Papel.

    ResponderExcluir